Com o aumento da popularidade da suplementação entre mulheres, muitas dúvidas têm surgido a respeito dos possíveis impactos dos suplementos no corpo feminino. Um dos questionamentos mais recorrentes é: a creatina atrasa a menstruação?
Essa preocupação é compreensível, especialmente entre aquelas que estão iniciando o uso e já perceberam alguma mudança no ciclo. Para esclarecer esse tema, é essencial compreender melhor os efeitos da creatina no corpo feminino e diferenciar o que é causado pelo suplemento e o que pode ser influenciado por outros fatores.
O que é a creatina?
A creatina é uma substância naturalmente produzida pelo organismo, especialmente no fígado, rins e pâncreas, e também obtida por meio da alimentação, principalmente por meio de carnes vermelhas e peixes. Ela desempenha um papel importante na produção de energia muscular, sendo bastante usada como suplemento por pessoas que praticam atividades físicas de alta intensidade.
A versão mais comum nos suplementos é a creatina monohidratada, conhecida por ser segura, eficaz e amplamente estudada tanto em homens quanto em mulheres.
A creatina afeta o ciclo menstrual?
Até o momento, não há evidências científicas que indiquem que a creatina seja capaz de alterar diretamente o ciclo menstrual ou causar atraso na menstruação. A creatina não é um hormônio e não interfere nos níveis hormonais femininos de maneira significativa, o que a diferencia de outros compostos que, esses sim, podem afetar o ciclo, como anticoncepcionais hormonais ou esteroides anabolizantes.
No entanto, algumas mulheres relatam mudanças em seu ciclo menstrual após o início do uso da creatina, o que pode estar ligado a outros fatores e não ao suplemento em si.
Fatores que podem causar alterações no ciclo menstrual
Existem diversas causas que podem levar ao atraso da menstruação, e muitas vezes elas coincidem com o início da suplementação, criando uma falsa associação. Entre os principais fatores estão:
- Aumento da intensidade do treino: muitas mulheres iniciam a creatina ao mesmo tempo em que intensificam os treinos, o que pode causar estresse físico e impactar o equilíbrio hormonal.
- Déficit calórico ou mudança alimentar: alterações na dieta, especialmente restrições calóricas severas, podem interferir no ciclo.
- Estresse e ansiedade: fatores emocionais e psicológicos também têm grande influência sobre o funcionamento hormonal feminino.
- Distúrbios hormonais pré-existentes: síndrome dos ovários policísticos (SOP), hipotireoidismo ou outras condições podem já estar presentes e se manifestarem coincidentemente com o início da suplementação.
Creatina é segura para mulheres?
Sim, a creatina é considerada segura para o uso feminino. Estudos indicam que ela pode trazer benefícios importantes para as mulheres, como melhora da força muscular, aumento da energia durante os treinos, auxílio na preservação da massa magra e até efeitos neuroprotetores.
Além disso, há indícios de que a creatina pode ser útil durante fases específicas da vida da mulher, como a menopausa, ajudando na manutenção da saúde muscular e cognitiva.
O que fazer se notar mudanças no ciclo?
Se você começou a usar creatina e percebeu alterações no seu ciclo menstrual, o ideal é observar por um ou dois meses e verificar se o padrão se mantém. Caso os atrasos persistam ou venham acompanhados de outros sintomas, é importante procurar um médico ginecologista ou endocrinologista. Um exame hormonal completo pode identificar se há outra causa subjacente.
Conclusão
A creatina não atrasa a menstruação de forma direta e não há evidência científica que comprove que ela interfira negativamente no ciclo hormonal feminino. Os efeitos da creatina no corpo feminino são, em sua maioria, positivos e relacionados ao desempenho físico e à saúde muscular.
Caso ocorram mudanças no ciclo após o início da suplementação, é importante considerar outros fatores envolvidos e, se necessário, buscar orientação médica. Com o uso consciente e acompanhamento adequado, a creatina pode ser uma grande aliada no treino e na saúde das mulheres.